PROFESSOR ARTISTA / ARTISTA PROFESSOR,
professor vs artista? Uma síntese.
Textos em discussão:
Lowe, R. (1958). The Artist-as-Teacher. Art Education, 11(6), 10-19.
McCracken, W. (1959). Artist-Teacher: A Symptom of Growth in Art Education. Art Education, 12(9), 4-5.
Artista e professor podem ser considerados como profissões, profissões liberais(?) A profissão de professor, tal como a conhecemos hoje, é relativamente recente, surgiu de uma forma mais definida a partir do sec. XIX e está ainda num processo de afirmação, procurando libertar-se do "funcionarismo" e definir-se como uma actividade que exige um saber específico, poder de acção, ou seja autonomia, e reflexão, e que muitos autores aproximam das profissões/actividades de carácter artístico. Considerando o caso específico do professor de artes, esboçam-se as relações entre arte e educação como forma de conciliar duas profissões, procurando-se a sua natureza comum. Profissões que, ao coincidirem no professor e artista, podem surgir como conflituantes.
A aula, que decorreu num ambiente de mesa redonda, partiu precisamente da constatação da dificuldade em conciliar as actividades de artista e professor, geradora de fracturas internas e frustrações. Todavia, os textos apontam antes para uma identificação entre ambas, para o que há, ou pode haver, nelas em comum, superando-se assim essa dificuldade de conciliação. Neste sentido Lowe refere que a vocação de artista e a vocação de professor, o desejo de ensinar e a a exigência de criar são impulsos paralelos e não divergentes, antes partilham uma fonte/raiz comum, são viagens similares ao desconhecido e sustêm os mesmos frutos da auto-exploração e auto-descoberta, pelo que a sua separação não faz sentido.
A aula, que decorreu num ambiente de mesa redonda, partiu precisamente da constatação da dificuldade em conciliar as actividades de artista e professor, geradora de fracturas internas e frustrações. Todavia, os textos apontam antes para uma identificação entre ambas, para o que há, ou pode haver, nelas em comum, superando-se assim essa dificuldade de conciliação. Neste sentido Lowe refere que a vocação de artista e a vocação de professor, o desejo de ensinar e a a exigência de criar são impulsos paralelos e não divergentes, antes partilham uma fonte/raiz comum, são viagens similares ao desconhecido e sustêm os mesmos frutos da auto-exploração e auto-descoberta, pelo que a sua separação não faz sentido.
"His single vocation is directed towards an exploration of that primordial human force which we have come to call creativity, and his teaching as well as his artistic labors must be a concrete demonstration of the significance of that creative force for human life "(Lowe, 1958,p.11).
Lowe considera que essa força criativa que se pretende que se desenvolva nos alunos é um processo interno que surge das profundezas da consciência humana do qual as ideias, opiniões e juízos são meros reflexos superficiais. Assim o artista professor deve ensinar pelo método mais directo, através da iminência do seu próprio trabalho e ações, afastando-se da verbalização fácil.
A minha experiência enquanto educadora na área artística foi o princípio da descoberta de uma vocação. Vocação essa, que me parece ter surgido precisamente da minha forma de ser artista, mais específicamente no que há dela de relação ou comunhão com o outro. Defino-a, por uma lado, como uma certa sensibilidade, uma certa atenção ao contexto: físico, social, humano, em especial às necessidades desses contextos específicos, por outro lado, como predisposição à descoberta: o ir, apesar do medo, de uma forma atenta, desperta, por caminhos que não sabemos previamente onde nos levam, e que identifico com uma atitude de aprendizagem permanente, como uma atitude aberta, disposta a conhecer, disposta à transformação, uma atitude criativa, artística.
"The artist-as-teacher is practicing here a kind of spiritual midwifery. Resisting the demands of the student and avoiding the morass of verbalization, he continues quietly about his work, awaiting the birth in the student's mind of a new and more profound understanding" (Lowe, 1958,p.19).
A minha experiência enquanto educadora na área artística foi o princípio da descoberta de uma vocação. Vocação essa, que me parece ter surgido precisamente da minha forma de ser artista, mais específicamente no que há dela de relação ou comunhão com o outro. Defino-a, por uma lado, como uma certa sensibilidade, uma certa atenção ao contexto: físico, social, humano, em especial às necessidades desses contextos específicos, por outro lado, como predisposição à descoberta: o ir, apesar do medo, de uma forma atenta, desperta, por caminhos que não sabemos previamente onde nos levam, e que identifico com uma atitude de aprendizagem permanente, como uma atitude aberta, disposta a conhecer, disposta à transformação, uma atitude criativa, artística.
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