Hum!! É isso... Em conjunto, expande-se o universo! Primeiro alguém está preso na sua solidão. No dar a mão, na união com outro e juntamente com outro liberta-se, corre e voa, é feliz, e descobre que mais além pode existir escuridão profunda, mas.... olha para si e consegue, por si, ver o universo em vez de escuridão... A educação e o ganho de autonomia, com os outros, não?
Como seres humanos, somos dotados de um mundo interno pleno de afectos, emoções e memórias, registos que se encontram nas nossas células e circulam pelo nosso corpo, em todas as suas dimensões – física, cognitiva, mental, emocional, espiritual - , os quais necessitam de “acontecer”, através de uma manifestação. Independentemente da natureza dessa manifestação, verbal ou não verbal, há a necessidade de nos libertarmos da tensão e pressão criada por esses conteúdos e de as pôr para fora, ou seja de nos expressarmos. Assim como o corpo físico tem fluidos que circulam e são eliminados, a expressão dos nossos “fluidos emocionais” é essencial para a nossa saúde. Entendo que a nossa capacidade de expressão serve essa fluidez e impede o bloqueio de potencialidades, capacidades, competências e valências que podemos desenvolver; não só impede como potencia o seu desenvolvimento. Como seres relacionais, a expressão possibilita a comunicação com o outro, caracteriza-nos na nossa individualidade, permite o contacto com o mundo interior e exterior, bem como um entendimento, interpretação ou tradução das características que nos constituem. Ao expressar e pôr para fora, podemos ver-nos e perspectivar-nos, avaliar quem somos, para posteriormente, integrando vivências e aprendizagens, transformarmo-nos e evoluirmos, nos relacionamentos intra e inter-pessoais e – potencialmente - em todas as nossas dimensões.
Cindy, pois é o ser humano tem necessidade de se exprimir de se libertar de tensões acumuladas e desbloquear os canais que nos ligam ao mundo e aos outros. Para além da expressão, o ser humano necessita de dar forma a essas tensões, a esses conteúdos ainda disformes, ao diálogo constante com o mundo e com os outros, com sigo próprio, que é viver.
A isso julgo chamar-se criar, criar entendimento, criar relações, criar a forma/meio de as comunicar...
Julgo que o propósito da educação é possibilitar esse diálogo, potencializar esse diálogo, permitir que se vá para além das aparências, da superfície, que se mergulhe no que está ainda por conhecer, nesse desconhecido que permanece mesmo nas coisas que à partida julgamos conhecer...
A educação pode funcionar como uma janela. Uma janela para o mundo, para o desconhecido, para o que está por detrás das aparências, das convenções. Uma abertura para a compreensão da complexidade do universo.
a compreensão acontece, é construída por cada um, cada indivíduo é uma singularidade, com a sua herança (genética, social, cultural) específica, com sua forma específica de apreender, de sentir o que o rodeia, com a sua forma específica de estabelecer relação, de pensar, de construir sentido, de construir ideias, de procurar soluções perante problemas específicos, vividos.
A imagem que está entre as duas imagens de janelas, recupera a noção de "Enlightenment" proposta por Kant, entendido como "(...) man’s release from his self-incurred tutelage. Tutelage is man inability to make use of his understanding without direction from another. Self incurred is this tutelage when its cause lies not in lack of reason but in lack of resolution and courage to use it without direction from another.”
O papel do professor seria então o de promover o desenvolvimento da capacidade de iniciativa, de autonomia e emancipação, criando situações que possibilitem o exercício dessas capacidades.
8 comentários:
Hum!!
É isso... Em conjunto, expande-se o universo!
Primeiro alguém está preso na sua solidão. No dar a mão, na união com outro e juntamente com outro liberta-se, corre e voa, é feliz, e descobre que mais além pode existir escuridão profunda, mas.... olha para si e consegue, por si, ver o universo em vez de escuridão...
A educação e o ganho de autonomia, com os outros, não?
Como seres humanos, somos dotados de um mundo interno pleno de afectos, emoções e memórias, registos que se encontram nas nossas células e circulam pelo nosso corpo, em todas as suas dimensões – física, cognitiva, mental, emocional, espiritual - , os quais necessitam de “acontecer”, através de uma manifestação. Independentemente da natureza dessa manifestação, verbal ou não verbal, há a necessidade de nos libertarmos da tensão e pressão criada por esses conteúdos e de as pôr para fora, ou seja de nos expressarmos. Assim como o corpo físico tem fluidos que circulam e são eliminados, a expressão dos nossos “fluidos emocionais” é essencial para a nossa saúde. Entendo que a nossa capacidade de expressão serve essa fluidez e impede o bloqueio de potencialidades, capacidades, competências e valências que podemos desenvolver; não só impede como potencia o seu desenvolvimento. Como seres relacionais, a expressão possibilita a comunicação com o outro, caracteriza-nos na nossa individualidade, permite o contacto com o mundo interior e exterior, bem como um entendimento, interpretação ou tradução das características que nos constituem. Ao expressar e pôr para fora, podemos ver-nos e perspectivar-nos, avaliar quem somos, para posteriormente, integrando vivências e aprendizagens, transformarmo-nos e evoluirmos, nos relacionamentos intra e inter-pessoais e – potencialmente - em todas as nossas dimensões.
Obrigada Elisa e Cindy!
Cindy, pois é o ser humano tem necessidade de se exprimir de se libertar de tensões acumuladas e desbloquear os canais que nos ligam ao mundo e aos outros. Para além da expressão, o ser humano necessita de dar forma a essas tensões, a esses conteúdos ainda disformes, ao diálogo constante com o mundo e com os outros, com sigo próprio, que é viver.
A isso julgo chamar-se criar, criar entendimento, criar relações, criar a forma/meio de as comunicar...
Julgo que o propósito da educação é possibilitar esse diálogo, potencializar esse diálogo, permitir que se vá para além das aparências, da superfície, que se mergulhe no que está ainda por conhecer, nesse desconhecido que permanece mesmo nas coisas que à partida julgamos conhecer...
Muito bem Cindy!
A educação pode funcionar como uma janela.
Uma janela para o mundo, para o desconhecido, para o que está por detrás das aparências, das convenções.
Uma abertura para a compreensão da complexidade do universo.
a compreensão acontece, é construída por cada um, cada indivíduo é uma singularidade, com a sua herança (genética, social, cultural) específica, com sua forma específica de apreender, de sentir o que o rodeia, com a sua forma específica de estabelecer relação, de pensar, de construir sentido, de construir ideias, de procurar soluções perante problemas específicos, vividos.
A imagem que está entre as duas imagens de janelas, recupera a noção de "Enlightenment" proposta por Kant, entendido como "(...) man’s release from his self-incurred tutelage. Tutelage is man inability to make use of his understanding without direction from another. Self incurred is this tutelage when its cause lies not in lack of reason but in lack of resolution and courage to use it without direction from another.”
O papel do professor seria então o de promover o desenvolvimento da capacidade de iniciativa, de autonomia e emancipação, criando situações que possibilitem o exercício dessas capacidades.
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